A “Hipótese da Biofilia” e o futuro estéril.

E aí pessoal.

Andei lendo sobre um negócio chamado “Biophilia Hypothesis” – hipótese da biofilia – que sugere que nós, seres humanos, temos uma predisposição genética a manter contato com a natureza. Fui procurar este nome por causa de uma música que o Jobim criou em meados de 2004, justamente chamada “Biophilia”. O mais interessante é que ele não sabia nada sobre essa hipótese, mas criou a música baseado num conceito de “amor à vida”.

Esse suposto e não-provado gene da Biofilia seria o que faz com que nós, seres urbanos, nos sintamos inclinados a ter animais de estimação, plantas, jardins, ou morar perto de praças, bosques, lagos, oceanos. Temos a tendência de valorizar esses espaços próximos da natureza. Quero dizer, uma parcela da população valoriza esses lugares. Existe sempre a parcela “super urbana”, que não sabe o que é uma galinha, nunca viu uma vaca e simplesmente odeia passear em bosques cheios de insetos e bichos.

Green Land por Deinha1974

Podemos viver sem isso? (Arte por Deinha1974 , Deviantart)

Eu sou uma pessoa bem otimista. Mas ultimamente estive pensando sobre o futuro, pra escrever uma estória. E se o homem conseguir dominar a natureza de um jeito que ela não precise mais existir? E se a humanidade conseguir reproduzir todas as condições para a vida humana, de maneira que não precisemos mais de árvores? E se o nosso planeta se tornar uma imensa bola de metal, sem nada que lembre a Terra dos nossos dias? Será que sofreremos com isso?

Eu não acredito na hipótese de termos um gene que responda à Biofilia, mas acredito sim que precisamos da natureza ao nosso redor. Mesmo se todos nos tornássemos “urbanóides”, com direito a todo tipo de Biofobia (como medo de insetos, medo de grama, medo de animais, florestas, etc.) ainda assim sofreríamos e sem saber o porquê.

Tem um conto do Isaac Asimov, em que os humanos finalmente conseguem colonizar outros planetas e se despedem da Terra. Eles devolvem o planeta à sua própria sorte, à sua própria evolução. Acho um conto muito bonito. Mas ainda assim é derrotista. É como se o ser humano fosse mais um vírus à saúde do planeta, em vez de um simbionte, que precisa que o planeta viva pra continuar vivo.

Nós podemos mudar muita coisa. Mas será que entendemos a real necessidade disso? Será que entendemos o impacto que o desaparecimento de muitas espécies realmente vai ter sobre a vida de nossos filhos? Acho que ninguém sabe de nada, e esse é um risco enorme que a humanidade corre. Corremos o risco de nossa Terra virar um deserto imenso e estéril. E ainda ignoramos. É como ir ao dentista; a gente só vai quando algo dá errado e aí já é tarde demais.

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