(Opa, Feliz 2011 a todos! Mais um ano aqui No Limiar do Estresse, e como sempre o conteúdo demora muito a sair. Espero que continuem entrando esporadicamente ao ver o anúncio no meu twitter – @xkuei – ou assinando o RSS do blog. Lembrando que esse é um blog sobre vários assuntos, mas basicamente: música, cinema e internet. Recentemente iniciei outro blog, chamado “Recém-Jornalista“, em que falo sobre minha formação profissional em Jornalismo e meus próprios desafios, algo como uma “jornada de aceitação pós-diploma” ao curso que escolhi e não exerci plenamente até o momento. Então obrigado por estar aqui. Boa leitura, e fique à vontade para comentar.)
Estava lendo um artigo do site Music Think Tank escrito por Kyle Bylin: “Coleções Digitais deveriam valer algo?” (Link: Should Digital Collections be Worth Something?), uma pergunta séria. No contexto que estamos vivendo, da computação em nuvens, do iTunes, Steam e Kindle, precisamos todos pensar em alternativas para o embuste que é o aluguel de conteúdo na internet travestido por compra. Citando Bylin:
“[…] consumidores podem vender seus livros físicos, doá-los a uma biblioteca, ou fazer praticamente qualquer coisa. Esse princípio também funciona para CDs, DVDs, e videogames. Permitindo assim que o mercado de itens usados e revendedores como eBay e Amazon existam e vendam títulos usados. Na era digital, esse conceito está sendo contestado. Não está claro se os consumidores deveriam ter os mesmos direitos quando compram conteúdo digital por downloads.
Você é dono de um iPod e um Kindle, mas não das músicas e livros contidos neles.
[…]
Isso gera um montante de 10 bilhões de músicas compradas por download – e ninguém é dono delas.”
Esse modelo de vendas digitais tem sido visto como o futuro da indústria do entretenimento. Para músicas, temos o iTunes Store, além de vários outros sites (como o finado Amie Street, o lendário Mp3.com ou o repaginado Napster). Para games, o mais conhecido é o Steam, da Valve (desenvolvedora de Half-Life e Counter-Strike) e Direct2Drive. Várias lojas (como Blockbuster, Bestbuy lá fora e Saraiva aqui no Brasil) estão vendendo filmes no modelo de download.
Lembra da desculpa para os preços abusivos dos CDs? Era o encarte, o libreto, a mídia física. Oras, disseram as lojas, vamos nos livrar da coisa física! Agora os preços estão mais baixos. Satisfeito? Só que você tem menos direitos também. Você não pode vender arquivos mp3 usados, nem arquivos PDF já lidos. E também não pode emprestá-los.
Não contávamos com isso, certo? Estava tudo escrito nos contratos que você assina ao comprar na iTunes store, ou na App Store, no Steam. Como vender um disco que você não ouve mais, se ele só pode ser ouvido no seu iPod? Como vender um jogo que você já terminou, ou que você comprou e não gosta mais, se o jogo está associado à sua conta do Steam?